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Foto do escritorCamila H. Kraus

Série LuxCS em Foco 5: Mercado de carbono é Greenwashing?


imagem de uma avenida em uma grande cidade. O aumento da temperatura e a poluição pioram a qualidade de vida da população nas cidades.
As mudanças climáticas são uma parte importante dos problemas que a sociedade precisa enfrentar. O aumento da temperatura, junto com problemas como poluição e desigualdade social desafiam governos e prejudicam a qualidade de vida das pessoas.

O desenvolvimento econômico e social precisa respeitar o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. Há muitas organizações no Brasil e no mundo que buscam soluções para os problemas causados pela industrialização em massa, como desigualdade, violência, cidades saturadas, falta de alimentos, enchentes, aquecimento global, etc.

Uma das propostas mais bem estruturadas para enfrentar a crise climática, resultado de séculos de predação humana ao meio ambiente, é o mercado de carbono. Este mercado permite a compensação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio de projetos que reduzem ou sequestram o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Créditos de carbono podem ser certificados a partir de projetos de reflorestamento, energia renovável, eficiência energética, tratamento de resíduos, entre outros. Os créditos de carbono gerados pelos projetos podem ser vendidos para empresas ou indivíduos que querem neutralizar suas emissões, ajudando assim a financiar os projetos e a mitigar as mudanças climáticas.

Alguns críticos do mercado de carbono dizem que ele é apenas uma forma de as empresas poluírem sem prejudicar sua imagem, fazendo greenwashing. Greenwashing é quando uma empresa finge ser ambientalmente responsável, mas na verdade não é. Por exemplo, uma empresa que compra créditos de carbono, mas não se preocupa em diminuir seu impacto ambiental em outras áreas, como água, resíduos, produtos tóxicos, etc. Infelizmente, este tipo de situação existe, como os muitos outros tipos de corrupção que encontramos na sociedade.

No entanto, é preciso reconhecer que o mercado de carbono, quando conduzido por indivíduos e instituições que prezam pela integridade e transparência, seguindo as melhores práticas e guiados por uma governança sólida, pode trazer inúmeros benefícios sociais e ambientais.  Nós, da LuxCS, acreditamos que o mercado de créditos de carbono é uma ferramenta poderosa para incentivar e financiar a transição para uma economia de baixo carbono, que é essencial para alcançar as metas do Acordo de Paris e evitar os piores cenários de aquecimento global.

Reconhecemos que os créditos de carbono não substituem a necessidade de reduzir as emissões na fonte, mas sim complementam as ações de mitigação que são possíveis e viáveis em cada setor e região. Sabemos que os créditos de carbono não evitam que as empresas poluam, mas sim criam um mecanismo de compensação que permite que as empresas que ainda não podem eliminar totalmente as suas emissões contribuam para projetos que reduzem ou removem GEE da atmosfera em outras partes do mundo.

As compensações de emissões realizadas por meio da certificação e venda dos créditos de carbono, movimentam amplamente a economia, levando recursos financeiros das empresas até os locais mais impactados pela industrialização e a desigualdade, além de gerar benefícios ambientais como conservação de recursos hídricos e manutenção de florestas.

Canoa navegando em um rio em direção a uma casa de madeira simples. A imagem representa o estilo de vida de comunidades ribeirinhas e tradicionais que podem ser beneficiadas por projetos de geração de carbono.
Além dos benefícios ambientais e ecossistêmicos, projetos de certificação de créditos de carbono podem aumentar a qualidade de vida em comunidades ribeirinhas e povos tradicionais.

Para tanto, os projetos de crédito de carbono devem seguir padrões internacionais de qualidade que garantam que as emissões foram realmente reduzidas, que elas vão durar e que elas trazem benefícios socioambientais para a região onde estão. Além disso, os créditos de carbono devem ser verificados por entidades independentes e registrados em plataformas confiáveis, que evitem fraudes. Assim, o mercado de carbono pode ser visto como uma forma de estimular a transição para uma economia de baixo carbono, onde os custos ambientais da produção e do consumo sejam pagos e compensados, e onde a responsabilidade social e ambiental seja valorizada e recompensada.

Além disso, durante o período em que um projeto de certificação de créditos de carbono está ativo, é assegurada a conservação florestal, hídrica e da biodiversidade. Por exemplo, se um projeto acontecer em uma propriedade rural, ele deve garantir a preservação da diversidade, dos serviços ecossistêmicos e do estoque de carbono por décadas, e oferece uma alternativa de renda para o proprietário das terras, sem agravar o problema ambiental, como seria o caso do desmatamento e das queimadas. Esse projeto também pode gerar empregos, capacitação, educação ambiental e melhoria da qualidade de vida para as comunidades locais, que são as mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.


É por isso que entendemos os créditos de carbono como o reflexo de um esforço coletivo e colaborativo para enfrentar o maior desafio da nossa geração: a crise climática e seus reflexos ambientais e sociais. A LuxCS se orgulha de fazer parte desse esforço e de seguir os mais altos padrões de qualidade e integridade na certificação de créditos de carbono do Mercado Voluntário. Acompanhem os outros artigos de nossa série LuxCS em Foco e venham conhecer nossos editais.

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